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Bóson de Higgs – Como, onde e porque surgiu.

Imagem com Bosons Hadrons e Fermions.

Imagem com Bosons Hadrons e Férmions.

Bóson de Higgs – Como, onde e porque surgiu.

Posted by : Thiago Guimarães

Mudança total de planos. Essa semana Peter Higgs ganhou o prêmio por causa do bóson de Higgs e a mídia fez uma cagada monstruosa ao tentar noticiar o assunto. A coisa foi tão feia que o bóson de Higgs acabou sendo até o responsável pela vida na Terra. Obviamente que eu estava doido para escrever um texto metendo o pau nos jornalistas, mas vou fazer melhor, vou dissecar o assunto ao máximo para os leigos. Farei isso em alguns posts, basicamente já tenho tudo escrito só vou postando aos poucos para não ficar gigante.
Para não comprometer o entendimento de todos, esse texto será divido em 3 partes;
1 – Introdução,
2 – O Higgs para leigos,
3 – O Higgs para não tão leigos.

0 – O porquê:

Esse texto possui uma motivação extra. Vocês que acompanham o blog sabem que eu trabalho com Teoria Quântica de Campos, mas nunca falei exatamente em quê. Minha pesquisa é em uma área relacionada ao Higgs, trabalho com vórtices semilocais no modelo de Higgs não-abeliano, não se preocupe se você não entendeu nada, acho que nem eu entendo direito. Essa área trabalha diretamente com o campo de Higgs, embora eu não pesquise diretamente a fenomenologia da partícula em si. Como vários pesquisadores da área de partículas e campos que trabalham diretamente com modelos de Higgs não se manifestaram sobre o assunto, me senti na obrigação de escrever esse texto. Então lá vamos nós:

1 – Introdução:
Nós sabemos que a matéria é formada por átomos e há não muito tempo se descobriu que os átomos são compostos de outras partículas menores, como os elétrons, prótons e nêutrons. Mais recentemente ainda, se descobriu que o próton e o nêutron poderiam ser divididos em partículas ainda menores, chamadas de quarks. No decorrer do século passado foi descoberto um grande número de partículas novas que possuíam propriedades características diferentes entre si. Os físicos viram então a necessidade de organizar seu grande armário de partículas elementares para a coisa não ficar bagunçada.
As partículas fundamentais foram dividas em dois grandes grupos chamados de Férmion e Bóson. Esses dois grupos são fundamentalmente diferentes. O primeiro é composto por partículas de matéria propriamente ditas (SIC) e possui spin semi-inteiro, 1/2, 3/2, 5/2, por exemplo. Dentro desse mesmo grupo as partículas são divididas em 12 subclasses chamadas de sabores. Entre essas partículas estão os elétrons, vários sabores de quarks e de neutrinos. Quando juntamos esses quarks eles formam partículas maiores chamadas de hadrons – que é exatamente o que significa aquele H do LHC – que compreendem os prótons, nêutrons e píons, basicamente.

Por sua vez o grupo dos bósons é composto de partículas que, de forma geral, são mediadoras de campos e possuem spin inteiro, 0,1,2. Os bósons com spin 1 são chamados de bósons vetoriais, pois são provenientes de campos vetoriais. Os bósons de spin 2 são tensoriais (provenientes de campos tensoriais) e os bósons de spin 0 são chamados escalares (provenientes de campos escalares). Dentro desse grupo temos o fóton, que é o mediador de interações eletromagnéticas, o glúon, os bósons Z e W que são responsáveis pela mediação da força nuclear fraca e bóson de Higgs, que por sua vez é mediador de uma interação de massa.
Modelo padrão.

Quando juntamos todas essas partículas fundamentais e as interações que elas representam, temos um zoológico de partículas e interações chamado de “Modelo Padrão”. Esse modelo é muito bonito e funciona muito bem, é quase como uma tabela periódica dos físicos de partículas. Mas existe um “porém” nessa beleza toda, falta uma partícula para fechar esse modelo, o maldito bóson de Higgs. Tão maldito que o físico norte americano Lederman escreveu na década de 90 um livro chamado The Goddamn Particle, “A partícula maldita” em uma tradução literal, mas os editores acharam mais legal trocar o nome para The God Particle, A Partícula Deus. Como era de se esperar foi uma cagada homérica que só deu dor de cabeça para os físicos.
2 – Higgs Para Leigos (e para jornalistas)
Mas enfim, que diabos é essa partícula exatamente? Obviamente a resposta correta e formal para essa pergunta exigiria uma boa quantidade de matemática, então isso fica para a seção 3. Aqui irei me ater a uma explicação superficial, mas ainda sim dentro da margem do que se considera correto.
Nossa charmosa teoria que descreve as interações entre as partículas e forças funciona muito bem, mas existe um problema que tira o sono de muitos cientistas. A teoria diz que as partículas não deveriam ter massa e, portanto viajar a velocidade da luz, como acontece com o fóton. Entretanto, as partículas que conhecemos têm massa, então alguma coisa deve estar errada ou não estar sendo considerada nesse modelo. Para sanar o problema algumas propostas surgiram, entre elas uma bem elegante dizia que existia um campo responsável por frear essas partículas e esse freamento poderia ser entendido como a “massa” dela. E se produzíssemos uma perturbação nesse campo iríamos gerar ondulações que na teoria quântica de campos são vistas como partículas. Então, chama-se as oscilações no campo de Higgs de bóson de Higgs e é exatamente isso que o LHC tenta fazer, criar essas perturbações no campo.
Assim, a grosso modo, o bóson de Higgs é responsável pela massa das partículas, mas existe um pequeno misconception passado por muitas pessoas nesse ponto e que pode surpreender você. A existência do bóson de Higgs nos mostraria a origem direta da massa de apenas uma pequena parte das partículas que conhecemos, como o elétron, e não de TODA a matéria do universo. Porém, mesmo que a massa de outras partículas, como o próton, tenha origem em grande parte na força nuclear forte elas são afetadas diretamente pelo campo de Higgs (note que falei campo e não bóson), assim podemos considerar que estudos sobre o campo e o bóson de Higgs têm efeitos praticamente sobre toda a matéria ordinária que conhecemos. Caso você queira uma segunda explicação bem didática veja esse texto: Dossiê Higgs
A busca pela partícula maldita começou antes do LHC, no acelerador Tevatron que funcionou até 2011 no Fermilab, EUA (eu particularmente tinha uma questão de feeling com esse). No final da década de 90 e começo de 2001 esse acelerador passou por algumas modificações para realizar o seu Run II que durou até encerrar suas atividades em 2011. Um de seus programas era estudar o quark Bottom, porém houve a possibilidade de se estudar o bóson de Higgs associado aos bósons W e Z, uma vez que o Higgs decaía em quarks bottom. No geral o estudo foi um grande sucesso tanto para os quarks bottom quanto para o bóson de Higgs. Na física de partícula a confiança estatística de que a partícula exista é dada em sigmas, quanto maior o sigma melhor, mas a partir de 5σ já é possível anunciar a descoberta de uma nova partícula, por sua vez o Tevatron conseguiu 3σ para o bóson de Higgs.
Nesse tempo de árduo trabalho do Tevatron, o LHC ficou pronto e como trabalha com energia, intensidade mais altas e com detectores melhores, a chance de se obter uma medida mais precisa que 3σ era bem maior. E foi exatamente isso que aconteceu, no dia 4 de julho os cientistas anunciaram a significância combinada de 5σ e dias depois subiram para 5.9σ. Ou seja, encontraram algo bem na faixa de energia onde o safado do bóson de Higgs deveria estar. Além dessa ótima notícia teve também a enxurrada de cagadas jornalísticas que despertaram a fúria de alguns cientistas, até a emissora de TV Al Jazira falou enfaticamente sobre o assunto e muitos sites intitularam seus artigos de “Encontraram a partícula de Deus”.
3 – Higgs para Não Tão Leigos.
Após essa introdução vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto. Aqui nós seremos levados a caminhos sombrios e muito bonitos da área de partículas e campos. Minha intenção é expor com maior número de detalhes possível o porque, onde e como surgiu o bóson de higgs. Indico as (muitas) linhas abaixo apenas a quem está disposto a entender o assunto de verdade, vai depender de seu esforço de absorver o que escreverei, pois não é nada trivial, embora seja deverás interessante. Não deixe de ler todos os textos linkados e também as referências.
3.1 – Quebra de Simetria Eletrofraca.
Antes de começarmos, dê uma lida nesse texto aqui: Campos e Partículas. Eu vou partir desse princípio.
O primeiro ponto a ser tratado é o que é a teoria eletrofraca e o que é uma quebra de simetria eletrofraca. Partiremos desse ponto pelo fato de o mecânismo de Higgs, que é o mecânismo com que algumas partículas ganham massa, ser uma quebra de simetria eletrofraca no modelo padrão.
Então, cabe a nós agora entendermos como funciona a quebra de simetria eletrofraca no modelo padrão.
Anteriormente abordei no texto sobre matéria e energia, que o que consideramos matéria propriamente dita são os férmions, que como você sabe temos como exemplo os quarks e elétrons, entre várias outras partículas. Os quarks interagem fracamente, fortemente e eletromagnéticamente, enquanto os léptons, como o elétrons, não interagem pela força forte. Em todo o caso, as interações fracas e eletromagnéticas de ambos os quarks e léptons são descritos de forma (parcialmente) unificada pela teoria eletrofraca. Resumindo, a teoria eletrofraca é basicamente a unificação da força nuclear fraca com a força eletromagnética.
Ok, onde entra a simetria nisso?

Podemos dizer que o universo ama simetrias, e a grande matemática Noether conseguiu mostrar que simetrias estão matematicamente relacionadas à conservações de propriedades como a carga elétrica, por exemplo. Mas que tipo de simetria são essas? Podemos dividir as simetrias nas leis da física em duas, as Globais e as Locais. Simetrias Globais são aquelas aplicadas uniformemente sobre todos os pontos do espaço. Se pegarmos um balão e marcarmos seus meridianos e paralelos (como na imagem a baixo), ao girarmos esse balão no seu eixo, por exemplo, veremos que a nova posição do balão é idêntica a primeira, isso porque todos os seus pontos foram girados de forma igual, sendo assim todos os pontos sobre o balão sofrem o mesmo deslocamento angular, essas simetrias são as que levam à conservação de cargas. As simetrias locais (também conhecidas como Simetria de Gauge¹) são aquelas aplicadas a cada ponto do espaço, tomando a mesma linha do exemplo anterior, é como se a simetria de local fizesse o balão manter a mesma forma, porém dessa vez cada ponto irá se mover independentemente, com isso surgirão forças aplicadas nos diversos pontos do balão, causando uma deformação dos meridianos e dos paralelos.

Apenas linhas paralelas

apenas os meridianos.

sobreposição dos meridianos e paralelos

Em 1954, a dupla de físicos Yang e Mills, demonstrou que se uma interação física tem simetria global e exigirmos que ela também seja invariante por simetria local, teremos então que colocar novos campos na interação desejada, isso porque precisamos dar origens àquelas forças “ponto-a-ponto” que surgem da simetria local. Esses novos campos são chamados de campos de gauge, que serão muito importantes para esse texto, uma vez que estão associados a bósons sem massa (como o caso do fóton).

A interação fraca é descrita por um campo de gauge, assim ela possui simetria local, um tipo específico que chamamos de SU(2), mas essa nomenclatura não importa muito para esse texto. Como sabemos, campos estão associados à partículas e as partículas associadas a campos de gauge são bósons vetoriais massivos. Pô, mas eu acabei de dizer acima que Yang-Mills previa bósons vetoriais não massivos, mas agora a interação fraca requer bósons massivos?! Tem um problema aí?!
Sim, a teoria feita por Yang e Mills tinha um problema, quando ela tentava descrever bósons massivos surgiam valores infinitos nas equações, e isso significa que alguma coisa deu merda. Quando surgem infinitos em uma teoria dizemos que ela não é uma teoria renormalizável para aquela situação, assim ela não funciona direito. Afim de descrever a forma com que os bósons na teoria de Yang-Mills ganham massa, algumas idéias foram propostas, e a principal delas pode ser vista nessa imagem abaixo:
Esses papers, acima mostraram que os bósons vetoriais da Teoria de Yang-Mills poderiam ganhar massa a partir de uma mecanismo que quebra esponataneamente a simetria de gauge. Esse mecanismo é chamado de “mecanismo de higgs” e ele quebra a simetria que impedia os bóson vetoriais ganharem massa. Podemos chamar esse evento de quebra de simetria eletrofraca, pois está associado a essa interação. A essa quebra de simetria eletrofraca existe um bóson associado, o bóson de Englert-Brout-Higgs-Guralnik-Hagen-Kibble, injustamente conhecido apenas como bóson de Higgs.
3.2 – Mecanismo de Higgs, e a coisa fica mais complicada.
Aqui vamos precisar de um pouco de matemática, mas não se assuste, muito provavelmente você não irá entender algumas coisas, mas meu foco é que você entenda ao menos o que cada termo das equações abaixo significa.
A pergunta inicial aqui é “como descrevemos um campo matematicamente ?”. Para fazer isso nós usamos a energia do campo, subtraímos a energia potencial da energia cinética do mesmo, da seguinte forma:

KK é o termo cinético e VV é o termo potencial, a essa subtração damos o nome de Lagrangiana. São essas lagrangianas que descrevem o comportamento do campo. Se considerarmos um campo escalar massivo da seguinte forma:

Esse campo é chamado de dubleto, pois possui dois termos e o que nos interessa é o de baixo, ϕ0ϕ0. ϕ+ϕ+ está associado a um campo não físico e ϕ0ϕ0 está associado ao famoso campo de Higgs, dado por:
HH é um campo real escalar associado ao bóson de Higgs e vv é a relação μ/λμ/λ. A Lagrangiana² que descreve o campo é a seguinte:
Dμ é uma derivada covariante em quatro dimensões de ΦΦ, “Dagger” () indica que é um conjugado hermitiano da derivada de ΦΦ e de ΦΦ.

Tá, mas e agora? o que fazemos com isso?
O primeiro passo que devemos dar é esquecer o termo cinético e encontrar o termo de potencial mínimo. Potencial mínimo pode ser entendido classicamente de forma simples. Imagine uma montanha russa, na parte mais alta dela a energia potencial é máxima, na parte mais baixa a energia potencial é mínima, se o campo fosse uma montanha russa nós estaríamos tentando encontrar a parte mais baixa dele. O potencial mínimo é chamado de vácuo, e assim como a montanha russa, podemos ter vários pontos de mínimo, ou seja, de vácuos. Quando formos tentar encontrar o mínimo do potencial na lagrangiana do campo, nós encontraremos apenas um vácuo de todos os possíveis. Nesse contexto a quebra espontânea de simetria “escolhe” um vácuo possível do sistema. Ou seja, escolhe um mínimo do potencial.
Ok, eu sei, ficou confuso então tentarei dar um exemplo mais simples. Imagine que você está em uma mesa de jantar redonda repleta de pessoas, e existem copos à direita e a esquerda de cada pessoa, como na imagem a baixo.

como você pode ver, o copo a esquerda de um será sempre o copo a direita do outro

a pessoa número 1 acabou fazer a escolha do copo a sua esquerda, isso irá forçar a pessoa número 2 a escolher também o copo da esquerda, assim sucessivamente.
Antes de você escolher seu copo, todos têm a chance de escolher o copo da direita ou da esquerda, porém se você resolver beber no copo da esquerda irá forçar as outras pessoas a escolherem o copo da esquerda também. Isso é a quebra espontânea de simetria. As pessoas representam o campo e o copo representa o mínimo de potencial (vácuo).

minimo de potencial no campo de Higgs
Tomando o mínimo do potencial (derivando o potencial), como eu tinha dito, obtemos:

Agora basta fazer uma substituição direta de Φ2Φ2 no potencial VV e obtemos:
HH é nosso Bóson de Higgs com massa de 2λv22λv2, o H3H3 e H4H4 são termos que chamamos de auto-interação. Nós acabamos de fazer um monte de conta, mas o que elas significam é algo ainda mais bonito. Traduzindo em palavras, o que temos é um bóson vetorial que não possuía massa, mas após uma quebra espontânea de simetria local ele ganha massa. Esse mecanismo de uma partícula sem massa ganhar massa na quebra de simetria é chamado de mecanismo de Higgs e pode ser resumido assim:
4 campos escalares + 4 bósons não massivos —> 1 campo escalar + 3 bósons massivos + 1 não massivo

Note que nesse resumo, 3 campos escalares massivos desaparecem, isso acontece porque os bósons sem massa “engolem” esses campos e adquire massa. Da mesma forma que fizemos para um bóson, podemos fazer para férmions, como é o caso do elétron, mas aí é muito mais complicado e não cabe nesse texto.

 

Acima demonstrei e falei muitas coisas extremamente complicadas que só começam a ser vistas pelos físicos no mestrado e doutorado, logo abaixo voltarei a tratar em termos leigos alguns aspectos que considero importante sobre a existência do campo de Higgs.

 

3.3 – Higgs existe? Ele está ligado ou desligado?

 

O Higgs está envolvido de formas diferentes à massa de determinadas partículas. Por exemplo, o Higgs dá massa diretamente às partículas elementares conhecidas, férmions e bóson, como elétrons, quarks, bóson Z e W, etc. Embora os prótons sejam formados por 3 quarks, grande parte de sua massa vêm da interação forte. Mas meu foco aqui será: o campo de Higgs existe? Se existe ele está “ligado” ou “desligado”?

 

Começaremos com uma ilustração clássica e simples que é correlata – O campo elétrico é bem diferente do campo de higgs em muitos aspectos, mas para esse exemplo ele funciona bem. Vocês se lembram daquelas TV’s de tubo de antigamente? Então quando a ligávamos e passávamos perto da tela, sentíamos os pelos do nosso braço se arrepiarem, nesse caso o campo elétrico estaria ligado. Um campo elétrico desligado seria uma região neutra, como a que você está agora provavelmente. Sendo assim, o campo elétrico existe e pode ser medido, mas ele pode estar “ligado” ou “desligado”.

 

Com o Higgs acontece algo semelhante, se ele existir de fato no nosso universo, ele pode estar “ligado” ou “desligado”. Detectar um bóson de Higgs confirma a existência do campo de Higgs e mostra que ele está ligado. Usando o elétron como exemplo, se o campo de Higgs não existisse, ele não teria massa. Se o campo de Higgs existisse, mas não estivesse ligado, então sua massa seria menor do que a observada, pois teria origem na força nuclear forte e em pequenas interações entre os elétrons e o campo de Higgs desligado.

Agora que sabemos onde, como e porquê o bóson de Higgs surge, vamos nos focar em aspectos experimentais e propriedades específicas, mas esse texto já tem informações demais, então darei uma semana para você tentar digerir isso tudo até a postagem do próximo texto. Minha intenção na sequência é continuar fazendo um misto de assuntos mais técnicos e com mais leigos, vamos analisar dados, falar de acoplamento e outros termos técnicos e legais. Espero que tenham gostado.

Bibliografia:

– The Higgs Hunter’s Guide – Dawson etall- 1990
– P.W. Higgs, Phys. Lett. 12 (1964) 132, Phys. Rev. Lett, 13 (1964) 508,
Phys. Rev. 145 (1966) 1156; F, Englert and E. Brout, Phys. Rev. Lett
13 (1964) 321; G-S. Guramik, C.R. Hagen and T.W.B. Kibble,
Phys. Rev. Lett. 13 (1964) 585; T.W.B. Kibble, Phys. Rev. 155 (1967)
1554.
– S. Weinberg, Phys. Rev. Lett. W (196?) 1264; A. Salam, Proceedings of
the 8th NoM Symposium (Stockholm), edited by N. Svartholm (Almqvist
and Wiksell, Stockholm, 1968) p. 367.
– S. Glashow, Nvcl. Phys. 22 (1961) 579.
– M. Veltman, Acta Phys. Pol. B8 (1977) 475.
– B.W. Lee, C, Quigg and G.B. Thacker, Phys. Rev. Lett. 38 (1977) 883;
Phys. Rev. D16 (1977) 1519.
– L. Susskind, Phys. Rev. D20 (1979) 2619; S. Weinberg, Phys. Rev. D19
(1979) 1277.
– I.J.R. Aitchison and A.J.G. Hey, Gauge Theories in Particle Physics
(Adam Hilger, Bristol, 1982).
– T.-P. Cheng and L.-F. Li, Gange Theory of Elementary Particle Physics
(Oxford University Press, Oxford, 1984).
– H.E. Haber and G.L. Kane, Phys. Rep. 117C (1985) 75.
Theory of Higgs Bosons: The Standard Model and Beyond.
Introduction to the Physics of Higgs Bosons.

As doze mentes mais brilhantes da história da astronomia

Em agosto de 2014, eu lançava o meu primeiro post no site da página Universo Racionalista. Eu gostava bastante, na época, de ler as biografias de grandes personalidades da história da humanidade (e ainda gosto, na verdade). Então decidir fazer uma lista com uma dúzia dos maiores nomes da história da ciência, baseada em uma série de fatores que você pode ler aqui.

É claro que uma lista deste tamanho iria deixar fora uma grande gama de cientistas importantes, como foi bem citado nos comentários. Mas, como este post teve boa repercussão, resolvi (após quase 2 anos) criar uma lista seguindo os mesmos critérios, mas dessa vez contando apenas com nomes de uma área que me fascina: a astronomia. Os escolhidos também estarão em ordem cronológica, com fotos e dados precisos sobre suas carreiras, inventos e descobertas. Aproveite e confira se seu astrônomo favorito está na lista.

1. Eratóstenes (276 a.C – 194 a.C)

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Eratóstenes de Cirene (imagem acima à esquerda) era o chefe bibliotecário na Biblioteca de Alexandria e o inventor da disciplina de geografia, incluindo a terminologia usada hoje. Ele é mais conhecido por ser a primeira pessoa a calcular a circunferência da Terra, o que fez através da aplicação de um sistema de medição utilizando estádios, uma unidade padrão de medida durante aquela época. Seu cálculo foi notavelmente preciso. Ele também foi o primeiro a calcular a inclinação do eixo da Terra (novamente com precisão notável). Além disso, calculou com precisão a distância da Terra ao Sol e inventou o dia bissexto. Criou o primeiro mapa do mundo que incorpora paralelos e meridianos, com base no conhecimento geográfico disponível da época. Era uma figura de influência, que não quis se especializar em apenas um campo. Seus críticos o desprezavam, chamando-o de Beta, a segunda letra do alfabeto grego, porque ele sempre ficou em segundo lugar em todos os seus empreendimentos. No entanto, seus devotos o apelidaram de Pentatlo (em uma clara referência aos atletas olímpicos da época), pois ele mesmo tinha provado ser mestre em todas as áreas da aprendizagem.

2. Hiparco (190 a.C – 120 a.C)

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Hiparco foi um astrônomo que remonta à Grécia antiga. Um dos maiores astrônomos da Antiguidade, Hiparco pode ser facilmente considerado como uma espécie de fundador da astronomia. Sua contribuição mais importante para o campo foi o primeiro catálogo conhecido de estrelas (os historiadores acreditam que ele se inspirou para fazê-lo depois de ver uma supernova). Este catálogo de estrelas mais tarde foi usado extensivamente por Ptolomeu em suas observações astronômicas. Suas outras contribuições incluem conclusões importantes sobre as posições e movimentos da Lua e Sol. Usando trigonometria (um assunto para o qual ele é basicamente creditado por inventar) ele foi capaz de medir a distância até a Lua durante um eclipse solar. Ele também é conhecido por criar o método pelo qual o brilho de uma estrela é medido, um sistema ainda em uso hoje.

3. Ptolomeu (90 d.C – 168 d.C)

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Ptolomeu foi um geógrafo e matemático egípcio de ascendência grega e o último grande astrônomo antes da Idade das Trevas. Foi muito importante por preservar o catálogo de estrelas do astrônomo grego Hiparco, que ele incluiu em sua grande obra astronômica, Almagesto. O Almagesto foi o texto astronômico ”pré-Copérnico” mais importante durante mil e quinhentos anos depois da morte de Ptolomeu, e, por isso, este ganhou um status quase lendário. Ele também incluiu em sua obra um conjunto de tabelas onde era possível calcular as posições dos planetas, do sol e da lua, do nascer e do pôr das estrelas, e as datas dos eclipses lunares e solares. Os estudos geocêntricos de Ptolomeu (no qual a Terra se encontrava no centro do Universo) eram usados para comprovar a teoria geocêntrica defendida pela Igreja Católica na época (que basicamente, centrava-se na ideia de que a criação era a coisa mais importante já feita por Deus). Pra descrever as órbitas de rotação e translação dos planetas, ele usou o sistema de epiciclos, onde o epiciclo é a órbita feita por um planeta e o centro desta órbita descreve outra que também faz um movimento circular, porém, ao redor da Terra. Uma ideia que funcionava com extraordinária precisão, mas provada totalmente incorreta por Copérnico, Kepler e seus sucessores.

4. Nicolau Copérnico (1473 – 1543)

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Copérnico foi um cientista europeu nascido em 1473, e um dos mais importantes do Renascimento. Ele é extremamente significativo pois ele é creditado como o primeiro astrônomo a apresentar uma versão heliocêntrica detalhada do sistema solar. Embora alguns astrônomos antigos tinham ponderado uma teoria heliocêntrica, suas obras tinham ambas sido perdidas com o tempo ou largamente ignoradas. No entanto, em 1543, quando seu livro, Sobre as Revoluções das Esferas Celestes, foi publicado, a teoria não poderia simplesmente ser posta de lado por mais tempo. A ideia de que a Terra girava em torno do Sol (e não vice-versa) foi diretamente contra os ensinamentos da igreja, e esta publicação foi em um momento em que a Igreja controlava a maior parte da sociedade. Embora Copérnico morreu no ano da publicação de suas grandes obras, sem nenhuma dúvida ele temia perseguição por parte das autoridades religiosas e percebia que, mesmo após a sua morte, seu nome e a reputação de seu trabalho poderiam ser manchados. Curiosamente, Sobre as Revoluções das Esferas Celestes é realmente dedicado ao Papa da época, o Papa Paulo III, quase definitivamente para evitar desfavor com a igreja. Por sua introdução corajosa da verdadeira natureza do sistema solar para os estudiosos europeus ele é lembrado como um monumento à verdade em uma sociedade amplamente dominada pela religião e pela Inquisição.

5. Tycho Brahe (1546 – 1601)

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Tycho Brahe, cuja característica física marcante foi sem dúvida seu nariz metálico (ele perdeu o real em um duelo), foi um astrônomo dinamarquês famoso. Até suas observações, que ocorreram em grande parte no final dos anos 1500, nenhum outro astrônomo tinha computado observações tão precisas como Brahe. Ele catalogou centenas de objetos, e aspirava a um nível de precisão tal que cada estrela foi catalogada com um erro de apenas um arco-minuto de sua real localização celestial. Em 1572, ele observou uma estrela brilhante que parecia ser um recém-chegado na cena celestial. Enquanto alguns argumentavam que isso era um fenômeno atmosférico, Brahe mostrou através do uso da paralaxe que o objeto estava muito longe para estar dentro da atmosfera da Terra. Outros eventos de supernovas já tinham sido observados no passado; mas Brahe foi o primeiro a observar cientificamente e reconhecer uma. Este foi um forte argumento contra a então crença predominante de que os céus estavam fixados em uma abóbada colossal.

6. Galileu Galilei (1564 – 1642)

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O astrônomo mais importante de todos os tempos, o italiano Galileu Galilei, foi o ponta de lança de uma revolução científica. Galileu foi, em certo sentido, um astrônomo sortudo. Para começar, teve a sorte de estar vivo quando o telescópio foi inventado (em torno de 1607). Ele aperfeiçoou este dispositivo novo e surpreendente, e rapidamente fez o seu próprio telescópio refrator. Isto deu-lhe acesso absolutamente sem precedentes a informações sobre os céus. Enquanto os líderes militares em toda a Europa estavam usando os óculos de espião para assistir seus inimigos no mar, Galileu virou o seu telescópio para o céu e descobriu segredos que estavam escondidos há milênios. Pelo fato de que Galileu viveu e trabalhou em um momento tão oportuno, ele é considerado pela maioria como o pai da astronomia observacional moderna. Ele foi o primeiro a colocar os olhos sobre os Anéis de Saturno e ele também descobriu e batizou várias luas de Júpiter. Foi o primeiro a observar as manchas solares, algo bastante significativo, porque até então a igreja acreditava que o Sol era perfeito e sem manchas de qualquer tipo. Provavelmente Galileu é mais conhecido por sua defesa ferrenha à ideia de um sistema solar heliocêntrico, independentemente da perseguição religiosa, na qual foi submetido. Ao contrário de Copérnico no entanto, ele foi capaz de fornecer provas concretas para o fato. Uma de suas famosas experiências incluía observar o planeta Vênus ao longo de um determinado período, e registrar suas várias fases (com um telescópio, pode-se ver que Vênus passa por fases, assim como nossa Lua). Galileu usou seus dados e fez alguns cálculos, e foi capaz de mostrar que, devido às fases de Vênus, ele teria que orbitar o Sol. Apesar deste e de outros grandes argumentos científicos seus, a igreja ainda argumentou que o Sol orbitava a Terra. Galileu foi finalmente colocado sob prisão domiciliar por suas visões heréticas, e viveu os últimos oito anos de sua vida em sua casa de campo perto de Florença.

7. Johannes Kepler (1571 – 1630)

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Kepler foi um astrônomo alemão e o primeiro a explicar totalmente o movimento dos planetas do nosso sistema solar. Ele descreveu os movimentos planetários com três leis, que publicou em 1609. Basicamente, o que lhe permitiu desvendar o mistério foi imaginar os planetas com órbitas elípticas ao invés das circulares (que os outros astrônomos da época acreditavam). De fato, sua primeira lei do movimento planetário é a simples declaração de que os planetas viajam em elipses. Como Copérnico, Kepler acreditava firmemente em um sistema solar heliocêntrico. No entanto, a igreja ainda era muito contra essa ideia quando ele estava vivo. Apesar disso, Kepler defendeu a ideia de uma forma que nenhum outro astrônomo havia defendido, o que trouxe-o para a vanguarda da revolução científica. Curiosamente, Kepler foi um homem muito religioso que tinha planejado em se tornar um sacerdote antes de finalmente decidir seguir na ciência. Kepler também passou a trabalhar com Tycho Brahe, embora o relacionamento entre os dois é conhecido por ter sido bastante tenso. Além de tudo isso, Kepler também fez outras descobertas importantes: foi o primeiro a explicar como a lua influencia as marés e também influenciou a matemática através da formação de algumas das bases para o cálculo integral.

8. Isaac Newton (1642 – 1727)

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Sir Isaac Newton é amplamente reconhecido como um dos cientistas mais influentes de todos os tempos e como uma figura chave na revolução científica. Seu livro grande livro Principia formulou as leis do movimento e da gravitação universal, que dominaram a visão do universo físico dos cientistas pelos os próximos três séculos. Através da derivação das Leis de Kepler, ele criou sua descrição matemática da gravidade, e, em seguida, usou os mesmos princípios para calcular as trajetórias de cometas, as marés, a precessão dos equinócios, e outros fenômenos. Newton removeu as últimas dúvidas sobre a validade do modelo heliocêntrico do Sistema Solar. Este trabalho também demonstrou que o movimento de objetos na Terra e de corpos celestes podem ser descritos usando os mesmos princípios. Newton construiu o primeiro telescópio refletor prático e desenvolveu uma teoria das cores com base na observação de que um prisma decompõe a luz branca nas várias cores do espectro visível. Ele formulou uma lei empírica de arrefecimento, estudou a velocidade do som, e introduziu a noção de um fluido newtoniano. Além de seu trabalho no cálculo, como um matemático Newton contribuiu para o estudo das séries de potência, generalizou o teorema binomial de expoentes não inteiros e desenvolveu um método para aproximar as raízes de uma função.

9. William Herschel (1738 – 1822)

by Lemuel Francis Abbott,painting,1785

William Herschel era um músico talentoso (que compôs vinte e quatro sinfonias), e quando jovem, sua paixão pela música levou-o para a matemática. Este interesse pela matemática, eventualmente, levou-o a astronomia, o campo em que ele é mais famoso por trabalhar. Um lado fascinante de sua carreira astronômica foi o fato de Herschel construir seus próprios telescópios refletores. Ele usou seus telescópios para observar sistemas binários de estrelas, em que duas estrelas orbitam em torno de um centro de gravidade comum em um sistema encadernado. Herschel é creditado com a descoberta de mais de oitocentos desses sistemas binários. No entanto, sua produção observacional maciça não parou por aí – Herschel também descobriu mais de dois mil e quatrocentos astros do céu profundo que ele chamou de nebulosas. Herschel tinha uma boa dose de outras realizações também. Suas observações levaram às descobertas do planeta Urano, duas de suas luas, bem como duas luas de Saturno. Ele também foi o primeiro a perceber que o sistema solar estava se movendo através do espaço, e descobriu (através de uma experiência com um prisma e um termômetro) a luz infravermelha.

10. Albert Einstein (1879 – 1955)

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Einstein é mais conhecido na cultura popular por sua fórmula E = mc2. Mas a teoria astronômica mais importante de Einstein é a relatividade geral. A relatividade geral generaliza a relatividade especial e a lei da gravitação universal, fornecendo uma descrição unificada da gravidade como uma propriedade geométrica do espaço-tempo. A teoria tem implicações astrofísicas importantes. Por exemplo, implica a existência de buracos negros (regiões do espaço em que o espaço e o tempo são distorcidos de tal forma que nada, nem mesmo a luz, pode escapar, como um estado final de estrelas massivas). Há ampla evidência de que a intensa radiação emitida por certos tipos de objetos astronômicos é devido a buracos negros; por exemplo, micro quasares e núcleos galácticos ativos resultam da presença de buracos negros estelares e buracos negros de um tipo muito mais maciço, respectivamente. O desvio da luz pela gravidade pode levar ao fenômeno de lente gravitacional, no qual várias imagens do mesmo objeto astronômico distante são visíveis no céu. A relatividade geral prevê ainda a existência de ondas gravitacionais e é a base de modelos cosmológicos atuais de um universo em constante expansão. Hoje, o nome ”Einstein” é sinônimo de ”gênio”.

11. Edwin Hubble (1889 – 1953)

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Edwin Hubble teve uma das descobertas mais importante entre todos os astrônomos nesta lista. Hubble é creditado pela descoberta de galáxias fora da nossa própria Via Láctea. Embora a corrida para resolver este mistério teve contribuições de muitos cientistas diferentes, foram as observações de Hubble através do telescópio Hooker, em torno do ano de 1923, que mostraram à comunidade científica que havia sim muito mais espaço além da Via Láctea. Em essência, com suas descobertas, Hubble inchou um Universo conhecido de apenas uma galáxia de cerca de cem mil anos-luz de diâmetro, com cerca de cem bilhões de estrelas, para uma extensão indefinida do espaço intergaláctico, com bilhões de anos-luz de diâmetro, e com uma quantidade aparentemente quase infinita de estrelas. Entretanto, Hubble não parou por aí. Ele mostrou que estas galáxias estavam se afastando umas das outras, observando os redshifts, um efeito causado pela luz que se estende através de grandes distâncias. Suas observações levaram à descoberta de que quanto mais longe uma galáxia estava da Via Láctea, mais rápida estava se afastando de nós. Isto é conhecido como Lei de Hubble. Um lado nota legal é que o próprio Einstein agradeceu Hubble pessoalmente por fazer esta descoberta, porque ele provou um dos trabalhos que Einstein tinha feito anos anos antes e que não tinha sido plenamente aceito.

12. Arno Penzias (1933) e Robert Wlison (1936)

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Estes dois astrônomos vêm num pacote, porque a sua principal contribuição para o campo astronômico foi um esforço mútuo. Esta contribuição importante foi a descoberta da Radiação Cósmica de Fundo em Microondas. Basicamente, a Radiação Cósmica de Fundo em Microondas foi um tremor do nascimento explosivo do universo – o Big Bang. Este tremor havia sido teorizado antes de sua descoberta por Penzias e Wilson em 1960, mas os valores exatos não haviam sido identificados até que os dois cientistas começaram a trabalhar no Holmdel Horn Antenna nos laboratórios Bell. Eles perceberam que tinham um fundo de radiação sempre presente em seus dados, e após a limpeza de fezes de pombos de seus equipamentos, eles deduziram que a radiação não estava vindo de qualquer lugar da Terra – ou mesmo na galáxia -, mas fora do Via Láctea. Foi só mais tarde que os dois perceberam que a sua descoberta tinha um grande significado, quando ficou claro para eles que tinham descoberto o tremor indescritível do Big Bang. Em 1978, Penzias e Wilson ganharam o Prêmio Nobel por sua descoberta. Ela foi bastante significativa, pois naquela época ainda havia uma boa dose de disputa sobre se o Big Bang havia ou não ocorrido. A principal teoria adversária, conhecida como a teoria do estado estacionário, foi praticamente abandonada pelos astrônomos após a descoberta importante.


 

Referências Bibliográficas:

  1. Eratóstenes: https://goo.gl/jDk2JK
  2. Hiparco: http://goo.gl/urqkvw
  3. Ptolomeu: http://goo.gl/urqkvwhttp://goo.gl/NCKcXo
  4. Copérnico: http://goo.gl/urqkvw
  5. Brahe: http://goo.gl/urqkvw
  6. Galileu: http://goo.gl/urqkvw
  7. Kepler: http://goo.gl/urqkvw
  8. Newton: https://goo.gl/qx86XA
  9. Herschel: http://goo.gl/urqkvw
  10. Einstein: https://goo.gl/uGkKXu / https://goo.gl/2JV050
  11. Hubble: http://goo.gl/urqkvw
  12. Penzias e Wilson: http://goo.gl/urqkvw

A Terra é composta por dois planetas fundidos, sugere nova pesquisa

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A Terra é composta por dois planetas fundidos, sugere nova pesquisa

Os astrônomos que estão investigando como a Lua se formou encontraram evidências de que ela surgiu depois de um pequeno planeta ter atingido a Terra há 4,5 bilhões de anos atrás. E a pesquisa sugere que esta colisão foi tão violenta que o tal planeta que nos atingiu, chamado de Theia, acabou fundindo-se com a Terra. A ideia de que a Lua apareceu após parte da Terra ter sido retirada em uma colisão violenta, não é nova, mas será que o corpo responsável por isso continuou vagando pelo espaço? Esse novo estudo diz que não, ou seja, Theia na verdade, nunca nos deixou.

Para chegar a tais resultados, a equipe analisou rochas lunares trazidas de volta à Terra pelas missões Apollo, assim como seis rochas vulcânicas do manto da Terra. Eles estavam olhando para que o oxigênio contidos nas rochas – o que significa que os pesquisadores estavam contando o número de prótons e nêutrons em átomos de oxigênio. Isso é importante, porque as rochas em cada corpo planetário em nosso Sistema Solar tem uma relação única – é um tipo de “impressão digital” – de isótopos de oxigênio. Por exemplo, mais de 99,9% do oxigênio da Terra é O-16, o que significa que cada átomo contém oito prótons e oito nêutrons. Mas há também pequenas quantidades de O-17 e O-18 na Terra. E é a relação entre O-16 e O-17 que os cientistas podem usar para trabalhar.

Se Theia simplesmente arrancou um lado da Terra para produzir a Lua, como previsto anteriormente, nosso satélite natural seria composto principalmente de Theia, e as rochas terrestres e lunares teriam diferentes vestígios de isótopos de oxigênio. Mas este não foi o caso. “Nós não vemos qualquer diferença entre isótopos de oxigênio da Lua e da Terra, eles são indistinguíveis”, disse o pesquisador Edward Young.

Em vez disso, as conclusões propostas em 2012, afirmam que Theia e a Terra foram realmente envolvidas em uma colisão frontal, em vez de lateral e acabou fundindo-se como resultado. Por enquanto, nós ainda não sabemos muito sobre Theia. A equipe de pesquisadores acreditam que esse “embrião planetário” foi semelhante em tamanho à Terra, enquanto outros acreditam que ele estava mais perto do tamanho de Marte.

Acredita-se que Theia estava crescendo de uma forma proporcional, e se tivesse sobrevivido ao acidente, ele teria se tornado um planeta. Se confirmada, a pesquisa vai mudar a nossa compreensão de como o nosso planeta se formou e evoluiu. Se Theia não tive colidido com a Terra, nós não chegaríamos onde estamos hoje, é fascinante pensar sobre todos os acidentes que tiveram que se unir para resultar em vida na Terra. [ScienceAlert]

Veja mais aqui http://climatologiageografica.com.br/a-terra-e-composta-de-dois-planetas-fundidos-sugere-nova-pesquisa/#ixzz3z170iuRY